quarta-feira, 29 de junho de 2011

E daí?



Eu realmente não gosto de sertanejo, mas tenho que confessar que adoro essa música.
Um Paradoxo, realmente...



Que eu me lembre, eu não sou de ninguém...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A morte em contracapa

A morte em contracapa
Eduarda Freitas

16 de junho de 2011 às 14:51h

Eu estava a almoçar quando li na televisão que tinhas morrido. (Posso tratar-te por tu, não posso?). Dizia “notícia de última hora”. Eu já trabalhei na televisão. Sei que as notícias de última hora geralmente são da hora de trás. Que é a última. Ou de antes dessa hora. São da hora que der mais jeito para deixar o espectador chocado. (Hoje passou à minha frente um carro com uma frase escrita na mala: desliga a televisão, liga o cérebro).

Logo que soube da tua morte, percebi a eternidade. Lembrei-me de imediato do velho autocarro em Cuba com o calor a fazer derreter os assentos e o rapaz colombiano com o livro Ensaio sobre a Lucidez na mão. E do meu sorriso a querer chegar ao pé dele, ao pé de ti, e dizer-lhe: eu conheço-o! Eu conheço-te! De livros. De pátria. De ideias. De músicas. De letras.

No dia do teu funeral fiquei em casa.

Ouvi Bach para te homenagear. Limpei as memórias, rasguei o que estava a mais.

Nesse dia, a minha avó ainda estava viva.

(Ias gostar tanto de ter conhecido a minha avó).

Ela nunca te leu, porque eu acho que a minha avó nunca leu um livro.

Ela foi dois dias à escola e aprendeu a escrever sozinha. Escrevia “cenoiras”, exatamente como dizia.

A minha avó tinha os olhos azuis. E a tua?

Gosto sempre de ouvir, de ler, o discurso de quando ganhaste o prémio Nobel. Os teus avós estavam na primeira fila das tuas memórias e dos teus agradecimentos.

A minha avó está nos meus dedos.

Sabes, acho que os avós são eternos, como são eternos os livros, os poemas, as músicas e os sorrisos. E se são eternos, são divinos.

No dia do funeral da minha avó, uma amiga enviou-me a carta que tu escreveste à tua avó Josefa. (A minha avó é Maria).

Li-a como quem abraça.

Li-a à minha mãe, como quem partilha um segredo.

Foi de intimidade que se fez o momento.

Faz um ano que foste embora, seguiste viagem, mas eu vejo-te todos os dias nas letras que inventaste e que mais não são do que o espelho dos nossos dias. Os dias de um Portugal ( de um mundo…?) à deriva. De uma cegueira estonteante à procura não sabemos bem de quê. De uma perdição individual que se multiplica, que se cola aos ossos.

E o que queremos?

E o que quero?

Tenho tantas saudades da minha avó.

Li-te no Ano da Morte de Ricardo Reis em três dias de Páscoa.

Na Páscoa do ano passado a minha avó entrou em casa vinda do hospital, enquanto as bisnetas, as minhas primas pequeninas, lhe batiam palmas. E ela levantou ligeiramente a cabeça da maca, e agradeceu, como um artista em palco que engole as lágrimas.

Avó, tenho tantas saudades tuas.

Avó, ainda te lembras de mim?

Porque morrem os avós?

Porque morreste tu, que escrevias a verdade?

Queria mais livros teus. Preciso de mais palavras tuas.

Preciso das tuas dúvidas e das certezas da minha avó. Da certeza que as minhas mãos são iguais às dela. Que o desenho dos nossos dedos e das nossas unhas foi feito a lápis de cera.

Um ano. E escreveste que demoramos nove meses a morrer.

Não queria que tivesses morrido, avó. O teu jardim está tão bonito…

Uma vez perguntaste-me que se ainda estarias viva quando a nossa gata fosse velhinha. Eu disse-te que sim, claro, que sim. Tu disseste-me que não, claro que não, porque não se pode viver para sempre.

Mas pode, não pode?

Pode, não pode?

Queria tanto fundir a morte com a vida e sentir que as duas coisas são uma só, capa e contracapa.

Mas não consigo.



Ah pai, como eu sinto a tua falta também.
E avó, porque não tens mais as palavras que tinhas há tão pouco tempo atrás para nós? Também sinto a tua falta.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Coisas de Tumblr


"Everything, except boredom, bores me,
I'd like, without being calm, to calm down,
To take life everyday
Like a medicine -
One of those medicines everybody takes.

I aspired so much, dreamed so much,
That so much made me into nothing.
My hands grew cold
From just waiting for the enchantment
Of the love that would warm them up at last.

Cold, empty
Hands."


Source: http://pausol.tumblr.com

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Freddie Mercury?




Aí é isso, eu vou lá no google, digito Freddie Mercury e aparece essa imagem....

Interessante, não?