domingo, 24 de janeiro de 2010

O paradoxo do valor e do tempo

Hoje é dia 24 de janeiro de 2010.
Meu nome é Ana, eu tenho 21 anos e 4 meses.
Faço Economia e não sei quando vou me formar.
Dou aulas de inglês, não porque queira ser professora.
Parei de fazer teatro, não porque eu não queira ser atriz.
Não aproveitei os momentos que tive pra poder fazer todas as coisas que agora eu gostaria que tivesse feito.
E apesar de não ter dinheiro algum, e de saber que eu viveria todo esse sofrimento, eu pagaria muito dinheiro pra poder voltar no tempo e poder aproveitar cada momento que tive com meu pai, com minha mãe e minha avó. Principalmente com meu pai, com certeza. É o que mais sinto falta agora.
O tempo não para (maldita nova ortografia, sem o acento no primeiro a).
Uma hora é sempre uma hora. Um segundo é sempre um segundo.
E o tempo não volta para trás.
Ele nunca fará isso.
Ele vai sempre para frente, sempre à frente.
Envelhecemos, amadurecemos, crescemos.
Mas não nessa ordem respectiva.
Sei que estou bem mais madura agora do que há um ano atrás.
E talvez eu não quisesse ter amadurecido assim.
Eu preferia sim, não precisar ter amadurecido assim depressa.
Eu preferia não ter tido esses problemas.
Talvez eu nunca amadurecesse.
Mas eu tenho certeza de que neste exato momento o que eu mais queria era poder ter aproveitado mais cada segundo que tive especialmente com meu pai.
Eu sei que aproveitei, mas eu sinto falta de todos aqueles segundos preciosos que eu gastei tolamente e que eu pagaria todo o dinheiro no mundo para tê-los de volta.
Eu só tenho o dinheiro que sobrou do meu salário. Tendendo a zero.
Mas não sei se existe mesmo alguma máquina do tempo que possa aceitar algum tipo de proposta.
Só sei que dói demais saber isso.
E ter consciência (nova ortografia?)disso.
E chorar tanto por tudo isso.
Principalmente por saber que o ditado de que só damos valor às coisas quando as perdemos é o mais correto que eu já ouvi até hoje.

Agradeço às orações, também não há dinheiro que pague a todos que têm rezado pelo meu pai.
Muito obrigada por tudo.
Ele está um pouco melhor, eu sei... Mas a tristeza ainda anda batendo aqui no coração.

2 comentários:

Tart's disse...

Oi meu amor!!!
Não fique triste não!! Sei que é fácil dizer isso, e sei que é dificil não ficar... Sei tbm que não sou a mais aconselhavel para dizer isso, pois sofro por coisas tão pequenas e futeis... Mas fica tranquila, pois Deus não te entregaria um fardo maior do que você pode carregar.
Infelizmente, não podemos comprar nenhum tempo de volta, mas podemos sempre nos lembrar dos momentos bons e tentar esquecer os ruins!
Pode contar comigo sempre!! Se precisar me ligar, estou a sua disposição!! MIl beijos!!!

Anderson disse...

Oi Ana, espero que tudo aquilo que escreveu seja apenas um desabafo. Meu nome é Anderson, sou ateu, não concordo com o comentário de Tart's disse sobre Deus. Mas como uma pessoa mais experiente (tenho 34anos), diria que a felicidade está dentro de cada um de nós, e não nas pessoas e objetos. Pensar no passado é sofrer 2x, procure estar com pessoas que gostam de você, (de preferencia as de alto astral) e evite aquelas que precisam de você. Assim, daqui alguns anos verá que o dia de hoje valeu a pena. Nesse mundo sempre perderemos alguém que gostamos, abra seu coração para dizer o quanto gosta delas enquanto pode, e verá como as coisas ao seu redor irão melhorar. Um abraço!