É tão estranho ver que há exatamente um ano estreou a série "O primeiro a gente nunca esquece" e ver como tudo mudou, como tudo se transformou, como a minha vida virou de ponta cabeça, e como o cunho das preocupações passou a ser mais profundo e muito mais sério...
Estranho... é tanto tempo e tão pouco tempo...
Como se todo esse ano tivesse sido como o movimento do mar, que se movimentou por todos os segundos, com as suas ondas.... pequenas.... grandes... curtas... longas... arrasadoras...
Mas calmas tenho certeza que foram poucas.
Verdadeiros tsunamis aconteceram nesta praia.
E a praia está suja, está cinza.... pior... quase negra.
A esperança, escondida em meio às folhas verdes dos coqueiros também começa a quase desaparecer com o amarelo das folhas, castigadas pelo mau tempo.
Tudo que aconteceu nesta praia não está marcado na areia. Os cacos, os pedaços, as cicatrizes, estão profundamente enterradas no mar.
Lá embaixo, sob o profundo oceano, residem todos os destroços deste ano.
Não são poucos, mas estarão lá.
Estarão lá para sempre, para que eu não me esqueça jamais tudo que aconteceu, para que os mesmos erros não sejam cometidos, e para que, quando o sol apareça novamente, os coqueiros voltem a ter suas folhas e cocos verdes pendendo sobre a areia limpa, fina, branca e reluzente, eu me lembre que existe um oceano inteiro em cima de tudo isso.
Um oceano e um céu azul, maravilhoso e a brilhar, mostrando que o futuro virá, será brilhante, mas só será possível a partir deste oceano que reluz com um brilho inigualável, porque tem escondido em si os destroços, as cicatrizes do que já passou.
E é isso que eu chamo de esperança.
E que venha logo, para que já seja verdade a partir desse novo ano que vem aí!
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