domingo, 7 de junho de 2009

Um dia de quermesse , triste

Hoje começou a "Festa do Padroeiro" da paróquia que eu costumava frequentar, e festa que eu por alguns anos ajudava um pouquinho quando dava.
Era uma festa bonita, que tinha muitas e muitas barraquinhas, que a comunidade ajudava e se empenhava em fazer tudo bonito e da melhor forma pra festa sair nos conformes.
Vinha gente de tudo quanto era idade e a rua ficava fechada pra festa, ou mehlor, um quarteirão ficava fechado só pra festa. Tinha espaço pra ficar sentado pra comer macarrão, fogazza, caldo verde, churrasco, tapioca, e as crianças podiam ir na famosa pescaria e também se divertir um pouquinho na piscina de bolinhas e pula-pula.
E por mais que estivesse cheia, lá na rua, ninguém normalmente se sentia sufocado.
As músicas não foram nunca um forte, mas em alguns momentos em que tinham as músicas tradicionais de festa junina, na maioria das vezes, faziam a gente rir quando cantávamos "capelinha de melão" e a música da noiva danada que fugiu com um e deixou o outro no altar esperando.
Eu conhecia quase todos que trabalhavam por lá e sempre que eles precisavam de alguma coisa e me viam passando, eu já ia ajudar.
Mas infelizmente, devido a alguns percalços bem chatos, essa Festa bonita que eu descrevi mudou muito.
E hoje, quando eu fui lá de novo, fiquei extremamente decepcionada com o que eu vi.
Vi uma festa hiper lotada, cheia de pessoas que nunca vi frequentarem essa festa.
Vi jovens se embebedarem com as bebidas que traziam já antes de chegarem à festa.
Vi gente mal educada, que me empurrou, que gritou no meu ouvido e que não respeitou algumas pessoas que deveriam ser respeitadas (vi alguns idosos e uma moça de cadeira de rodas que estavam nessa situação).
Vi aquela festa linda que eu conhecia transformada em uma festa de rua que me fez o coração se apertar e uma saudade misturada com tristeza transbordar dele.
E eu, que nunca fui uma pessoa que realmente se envolvia na festa, me senti assim.
Não consigo imaginar como as senhorinhas do bolinho de bacalhau devem estar se sentindo, ou o pessoal que ficava na barraca caipira, ou nas barracas das bebidas.
Não consigo imaginar o sentimento dessas pessoas ao verem no que se transformou aquela festa que era um orgulho da paróquia.
Só sei que me senti muito triste ao ir nessa festa, e sei que infelizmente, não vou poder fazer qualquer coisa para que ela volte ao que era, e que a gente pudesse de novo se divertir como a gente costumava se divertir.
Esta festa de hoje foi uma das festas mais tristes das quais já fui na minha vida.
Uma pena que tenha que ser assim.
Ou melhor, uma pena que tenha que ter sido assim.
Ninguém tinha o direito de estragar aquela festa bonita que a gente tinha.
Mesmo não sendo católico.

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