quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A importância do viver ou da sirene?

Foi outro dia, quando vi uma ambulância passando por entre os carros, com a sirene ligada, em alta velocidade que parei para pensar sobre algumas coisas relativas à existência...
Quanto é a duração de um último suspiro?
Como pode uma ambulância correr quase na velocidade da luz só para que consiga chegar a tempo de que qualquer "inevitável" aconteça?
Já viram o tamanho de uma ambulância? E o pior, já foram dentro de uma?
Quando corre, tudo chacoalha, parece que os ossos irão se desprender da carne na próxima curva, e a sirene dá ao segundo um ar de momento tenso, quase que já fúnebre, mas com um último suspiro de esperança.
O último momento é o momento mais completo de esperança e ao mesmo tempo mais vazio da mesma.
Esperança de que o sofrimento acabe. Falta esperança para achar que vai haver alguma interferência que irá mudar o curso do "destino".
Esperança de que haja vida após a morte. Ou simplesmente falta dela.
A esperança morre um milecentésimo de segundo antes do último suspiro, e renasce ao mesmo tempo.
É uma sucessão de idas e vindas. Partidas e chegadas.
Em suma, a vida é a esperança, ou a falta dela.
Quando perdemos a esperança, estamos próximos do fim, mas tão próximos quanto estivermos quando recuperarmos a mesma.
A vida é tão efêmera quanto duradoura.
É curta e longa.
É desesperançadora e fonte de toda fé e esperança que surge em nossos corações.
É triste, é feliz.
É simples, é complicada.
É tudo, é nada.
É o paradoxo maior de nossas existências, quer seja apenas terrena, apenas espiritual, as duas, ou simplesmente nenhuma de tais existências.
É simplesmente viver. Ou deixar de.
É a esperança, viva. É a agonia, trancada no coração.
É o sim, é o não.
É o ter saúde, é o padecer nas mãos de dores e remédios.
Tudo nas mãos da sirene de uma ambulância.

Nenhum comentário: